XIV ENDIPE (Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino) ocorreu entre os dias 27 e 30 de abril, reunindo pesquisadores do Brasil e do exterior"

A Profa. Iara Suzana Tiggemann, docente nos cursos de licenciatura das disciplinas Educação e Políticas Públicas, Didática e Organização da Educação Brasileira, participou do XIV ENDIPE (Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino), realizado em Porto Alegre-SP entre os dias 27 e 30 de abril.

Tiggemann apresentou o pôster "Cultura escolar e progressão continuada: um estudo sobre representações dos alunos sobre aprendizagem". Trata-se de uma pesquisa de Iniciação Científica orientada pela docente e desenvolvida entre os anos de 2005 e 2007 pelos alunos do curso de Matemática do IMES-FAFICA: Ronaldo Revejes Pedroso, Ana Carla Bitto e Thaisa Garcia Vicente.

A pesquisa desenvolvida teve como objetivo conhecer os sentidos atribuídos à aprendizagem escolar face à implantação da Progressão Continuada no sistema estadual de ensino de São Paulo. Pelo fato de não haver reprovação de uma série para outra, com a organização da escolaridade em ciclos, há um suposto consenso de que os alunos não se sentiriam estimulados a estudar, o que justificaria o baixo aproveitamento nos estudos. Ao iniciar a pesquisa, considerou-se que essa suposição não poderia abranger todo o sistema educacional.

O estudo contou com pesquisa de campo, desenvolvida em escola estadual de Ensino Fundamental do município de Catanduva-SP. Foram realizadas entrevistas com coordenadora pedagógica, questionários aos alunos, observações em sala de aula e análise de documentos sobre desempenho escolar no SARESP.

A pesquisa concluiU que profissionais da educação, pais e alunos (re)constroem uma imagem positiva da instituição, atualizando discursivamente a tradição de "boa escola". Professores dizem sentir-se motivados a lecionar especificamente naquele educandário, e o corpo discente afirma sentir-se motivado a freqüentar a escola pelo desejo de aprender, valorizando atitudes como responsabilidade, inteligência, dedicação aos estudos.

Estes dados indicam que se estaria frente a um contexto em que a não-reprovação em pouco teria mudado a relação dos alunos com aprendizagem. Porém o desejo de aprender parece ser uma resposta padronizada frente às expectativas de professores que, por sua vez, não têm se comprometido inteiramente com as exigências da política educacional implantada (ciclos e progressão continuada).