Coordenadora do curso de matemática fala da defiência no ensino. Analfabetismo numérico volta à cena
Catanduva-SP, 19 de fevereiro de 2009 – Em 2008, o Saresp (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo) comprovou que 80% dos estudantes da rede estadual de São Paulo não sabem Matemática. Neste ano, na prova de seleção para professores temporários da rede estadual, muitos professores registraram nota zero.
Os dois fatos revelam uma triste realidade: a Matemática é um problema não só dos alunos mas também dos professores. Mais uma vez a deficiência no ensino vem à tona. No Brasil, 86 milhões de brasileiros são analfabetos funcionais, ou seja, sabem ler, escrever, mas não dominam habilidades como Matemática.
Para a coordenadora do curso de Matemática do IMES Catanduva, Profa. Rita de Cássia Barison Racanicci dos Santos, a esperança de melhora talvez esteja na relação entre conteúdo e práticas pedagógicas. “Isso sem dúvida nenhuma é uma luz no final do túnel”. Por isso, se fala não só em Matemática, mas em Educação Matemática.
O problema no ensino de um modo geral é mais profundo. Disciplinas como língua portuguesa também sofrem problemas sérios e dividem com a Matemática esse quadro lamentável. “É fato que os alunos saem do ensino fundamental como analfabetos funcionais e numéricos. Não têm familiaridade com a linguagem e com o raciocínio lógico da Matemática”.
O problema da educação no Brasil, segundo a Profa. Rita, passa pelas políticas públicas que se preocupam com a educação só nos palanques. “Enquanto não priorizar as condições de trabalho dos educadores e entender, como já dizia Carl Marx, que ‘os educadores também têm que ser educados por serem parte de uma sociedade que sofre mudanças constantemente’, esses resultados lamentáveis vão continuar ocorrendo não só na Matemática, mas na formação do cidadão em geral.”
Legenda: Profa. Rita de Cássia Barison Racanicci dos Santos