Toni, docente e agora aluno do curso, destaca a importância da Geografia
Catanduva-SP, 28 de março de 2008 – A escassez do curso de Geografia nas instituições de ensino superior tem provocado procura por profissionais dessa área. De um lado, empresas buscam geógrafos para se adaptar às preocupações ambientais de desenvolvimento sustentável, uma necessidade para o bem-estar da humanidade. Além disso, a iniciativa privada descobriu que preservar o meio ambiente dá lucro.
Por outro lado, escolas da rede pública e do setor privado têm sofrido com a falta de professores com formação específica em Geografia. O resultado tem sido uma oferta de vagas na disciplina de Geografia, porque faltam professores com formação específica.
Antônio Laureano de Macedo Filho, 37, é um dos professores que perdeu aula por falta de formação. Macedo Filho, mais conhecido como Toni, iniciou a graduação em Ciências Sociais (UNESP/Araraquara), em 1992. No ano seguinte, em 1993, começou a dar aulas de Geografia. Desde então, não parou mais. Foi professor de cursinhos e colégios da região de Araraquara e de Catanduva.
Mas a legislação não permite que professores sem formação específica ministre aulas nas disciplinas de Geografia. Por isso, não pôde mais ministrar suas aulas. Para recuperá-las, Toni precisou voltar a estudar. Ingressou em 2008 no curso de Geografia do IMES-FAFICA. Sua meta agora é terminar o curso e partir para pós-graduação. "O curso de Geografia aqui de Catanduva está muito bem estruturado, dentro duma tradição", enfatiza.
Toni ainda destaca a importância da Geografia não apenas para a área acadêmica. Por estudar a atuação humana sobre o planeta, muitos projetos necessitam da visão do geógrafo, como, por exemplo, o custo de uma obra pública. Até mesmo um caso polêmico, como a transposição do Rio São Francisco, carece da visão geográfica, pois, como alerta Toni, o caso tem sido conduzido por políticos e não por geógrafos.