O sociólogo Edison Bariani Junior, professor do curso de Psicologia do Imes Catanduva, acaba de publicar seu mais novo livro, A sociedade como ficção: romance e interpretação social no Brasil do século XIX, a ser lançado pela editora CRV e disponível no site desta. O autor, que já publicou os livros Administração pública no Brasil: breve história política (com Christina Andrews), A sociologia no Brasil: uma batalha, duas trajetórias (Florestan Fernandes e Guerreiro Ramos), Guerreiro Ramos e a redenção sociológica: capitalismo e sociologia no Brasil, Uma sociologia abortada: Tobias Barreto e a crítica da sociologia, agora aventura-se pelo romance novecentista como forma de interpretação da sociedade brasileira, fazendo um panorama histórico-sociológico e literário do país. O livro é resultado de um trabalho de pós-doutorado desenvolvido na Unesp São José do Rio Preto, sob a supervisão do Prof. Dr. Marcio Scheel, que também prefacia o volume.
No livro, o autor aborda o romance moderno brasileiro, que emerge por volta da metade do século XIX e não somente representa literariamente a vida, como também promove uma interpretação da sociedade brasileira. “Considerando a análise crítica de romances de Macedo, Alencar, Bernardo Guimarães, Franklin Távora, Taunay, Aluísio Azevedo, Raul Pompéia, Inglês de Souza e outros, até Machado de Assis, é possível compreender a vida social brasileira do período e entender a ideia de sociedade que predominava, a sociabilidade, os grupos sociais, as instituições, o status, o prestígio, os interesses, as posições políticas e visões de mundo, a partir de perspectiva individual, singular e suas articulações com a totalidade social. Desse modo, o romance propicia, por outros meios que não os científicos, uma interpretação racional da sociedade brasileira em profundidade que, até então, não havia sido feita pelas Ciências Sociais, bem como foi um tanto relegada pela cultura científica posterior”, comentou Edison Bariani.
Promovendo uma curiosa interação entre sociologia, história, literatura e estética, o autor mapeia e interpreta os principais romances brasileiros do século XIX no intuito de encontrar uma interpretação social, distinta das ciências humanas e autônoma como conhecimento, da sociedade brasileira.